À medida que falava, as palavras ressoavam, indolentes. Acabavam por perder-se, nas calhas do momento. O que dizia, o que sabia, voava para longe. Nada era permanente na sua vida. Tudo era areia, escorrendo-lhe na concha das mãos. O que não sabia, entregava-o à natureza e repousava sobre a sua inquietude. Até que um dia, revoltou-se, insatisfeita com aquele modo de viver. Deitou-se, decidida a mudá-lo. Quando acordou, sentiu-se refeita e conseguiu sentir a faca do vento...
Elsa Alves, 72 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 125 – tornado no jardim
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