A substituição
Olharam-se. Mediram-se. Um, já gasto, preparava a saída; o novo ansiava pela hora de o substituir. Sem preconceitos, sem demoras. Nem sequer o incomodava que o lugar ainda estivesse quente. Há quem não consiga sentar-se, de imediato, numa cadeira de onde alguém se levantou. Nos transportes esperam, de pé, que o assento arrefeça. Não era o caso. Sabia-se desejado, por isso, apressava-se a expulsar aquele que tanto sofrimento causara. Entrava determinado e prometia ser um bom ano.
Helena Rosinha, 68 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 227 – 2 perfis, 2 personagens
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