Quando partiste deixaste-me sem nada dentro. Senti-me como uma casa vazia sem móveis, sem alma. Apenas restou uma velha arca sem nada dentro. Deixei de trabalhar, de escrever, de conviver. Sentia-me só sem nada dentro. Um dia a luz do sol rompeu pelo meu quarto. Soube que era altura de deixar de viver sem nada dentro. Comprei flores, comida, sorri às pessoas. Agora a minha vida renascia como eu. Apenas tu faltavas, mas eras apenas uma ausência.
Isabel Lopo, Lisboa
Desafio nº 228 – «sem nada dentro»
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