Vivo sem um presente marcado
Onde o futuro se esconde e
Nem no amanhã me vejo
Com passado rico.
Sou mendigo perdido e sem fé
Vagabundo de sonhos esquivos
De memórias sem nome.
Penso ser feito de nada,
Resto dos restos de alguém
Sem mimos ou sons
De colo duma mãe. Mas
Pode ser que um dia me achem
Que me prendam, que me encaixem.
Até lá em mim me guardo,
E neste aqui me fico.
Rosário P. Ribeiro, 64 anos, Lisboa
Desafio nº 233 – citação de Fernando Pessoa
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