17/03/21

Elsa Alves – desafio 212

Natércia enrolou a dor em palavras.  Nelas navegou à procura de Rui. Também de si própria. Enquanto o fazia, era como se adormecesse e, às vezes, conseguia voar para longe, com nome de pássaro, ou nuvem, ou borboleta, deixando as letras do nome dele dar um sentido àquilo que parecia não o ter.
Era, então, hora de manter em lembranças o que não podia recordar mas que, também, não queria esquecer.
Era um milagre guardado na esperança.
Elsa Alves, 72 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 212 ― Frase de Valter Hugo Mãe

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