Júlia deixou cair lágrimas incessantes, mas sentiu uma enorme gratidão. Procurou a razão de tão grande deslumbramento.
Visitou o espaço e o tempo que precederam o presente. Havia uma luz personificada – Júlia reconheceu-se naquele labirinto. Visualizou a tribulação da sua vida – esbofeteada, quando apenas quis brincar; olhada com desdém, quando apenas sorriu; desprezada, após ter brilhado; rotulada, quando pediu ajuda. Tinham inventado uma bruxa, feia e repugnante.
Continuou agradecida, ficando ansiosa pela receção de tão divina graça.
Dulce Ribeiro, 39 anos, Lisboa
Desafio nº 227 – 2 perfis, 2 personagens
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