O bilhete
A estação vibrava com o movimento das pessoas, dos comboios. Ela comprava bilhete, sentava-se sob o relógio de parede e assim ficava, alheada de quem entrava ou saía, vendia jornais ou guloseimas, procurava alguém conhecido ou uma carruagem com menos gente.
As horas avançavam, ela permanecia, o bilhete a rolar entre os dedos, sem descanso. Noite adentro, no silêncio do espaço, só ela e o bilhete. Desfeito.
De manhã compraria outro. Um dia também ela seguiria viagem.
Helena Rosinha, 68 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 248 – pequenas coisas da vida
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