Espaço exíguo, o teto é a imensidão das estrelas. O limite é um rebordo gelado, água negra. Sufocam-se soluços, fome, medo e frio, muito frio. Oiço rezar numa língua que desconheço. O espaço custou o preço de ouro. Agarro com força o bem precioso. Não quero que caia pela borda fora, o meu filho. Não durmo atrás do véu, velo, vigio, espio. A luz negra do Mediterrâneo é esperança que não se vê ao fundo do túnel.
Maria Manuel Ribeiro, 63 anos, Parede
Desafio nº 252 – entre 4 paredes
Muito bonito e cru.
ResponderEliminarImpressionante e lindo!
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