Era uma tela enorme. Alvura virginal, a perder de vista. A pedir traço cheio, desenho e cor. Primeiro, foi um avião, em desequilíbrio, a cauda, um longo fio, fino, e logo a seguir foi uma camélia exuberante, elegante, que caiu, trôpega, num cesto entrançado. Desmesurado. Seria asneira misturar todos estes artefactos? Não. Era antes uma história mirabolante, o feitiço da tinta que se espraiava para construir uma tessitura no muro, metamorfoseado numa tapeçaria multicolor. Fantasia do artista.
Zelinda Baião, Algés
Desafio nº 264 – sequência de palavras
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