Eles sentavam-se todos os dias, naquela mesa do canto. Olhavam pela janela, fitavam o luar e perspetivavam o amanhã. Ao fundo, o rio. A correnteza de ideais. Ninguém sabia, mas naquela mesa, congeminavam-se planos. Eles serviam-se de histórias, bebericavam ideias e enchiam-se de pensamentos. Eles não sabiam, mas naquela mesa servia-se a democracia. Sonhavam com igualdade, imaginavam possível o sonho de viver livre, sem mordaças e em paz. Naquela mesa, eles ainda vivem. Fantasmas moribundos, mas vivem.
M. Bastos, 36 anos, Aveiro
Desafio nº 266 – excerto de Isabel Peixeiro
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