Acabaram-se os dias em que tudo servia para desafiar uma fugida à floresta.
Num riacho de água transparente, cresciam suculentos agriões, era uma alegria apanhá-los e comê-los ao jantar, ouvindo histórias do pai, e gargalhadas da mãe, até à hora de deitar, porque no outro dia havia escola e terra para desbravar.
Hoje, olhando as paredes daquela casa onde outrora fora feliz, sussurram-me ao ouvido que a saudade vive dentro delas, como vive dentro do meu coração.
Natalina Marques, 63 anos, Palmela
Desafio nº 269 – excerto de MFS
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