Mergulhou e sentiu-se sem forças. Sem conseguir emergir. Uma sensação de apneia, à qual tentava resistir. Tentar afundar a culpa. Mas nem era culpa o que sentia. Era alegria. Uma alegria que não devia. O amante japonês que lhe deu a liberdade de sentir. Sentir! Há quanto tempo não lhe permitiam isso? Há quanto tempo não se permitia, a ela própria, ser. Num ápice, uma mão forte puxou-a da água. Entrou para sempre na rua do silêncio.
Sobral Ramos, 44 anos, Coimbra
Apneia, Tânia Ganho + O amante japonês, Isabel Allende + Rua do silêncio, Margarida Fonseca Santos e ilustrações de Carla Nazareth
Desafio nº 270 – Dia Mundial do Livro em títulos
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