O pássaro solitário instalava-se na única palmeira daquela rua, sempre que fugia ao frio do Norte e se agasalhava no calor morno das praias do Sul. Talvez por, também ela, viver só. E ela era a sua morada, sem porta nem fechadura. Olhando-os, via-se a imagem da liberdade.
Um dia, apertaram a árvore com um grosso cinto que lhe ferrava, fundo, a zona onde ia ser cortada.
Veio o verão, o pássaro não a encontrou. Espantado, chorou.
Ana Paula Oliveira, 61 anos, S. João da Madeira
272 – palavras encadeadas, com palmeira
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