Vestiu o seu melhor sorriso. Amplo, quase colorido, embora carregasse um fundo branco. Um fundo vazio, oco. Sem paisagem.
Uma mulher transparente mesmo que cheia de fogo a caminhar-lhe por dentro.
Disseca, mas ainda sobra uma pena, uma réstia, qual sombra queimada, uma memória rendilhada, não por bonita que seja, mas porque desvanece. Vive esburacada.
Sendo assim, era apenas isso: mulher vestida de sorrisos, virando costas ao fogo, às penas do passado.
Ela, quase feita em anúncio.
Cristiana Rodrigues, 39 anos, Lisboa
1 – palavras impostas: pena, sorriso, fogo
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