Aurora regressava ali todos os anos, nas férias grandes. O Monte, como o designavam, era um pequeno aglomerado de casas térreas que uma encosta escarpada protegia da nortada. Eram longos meses livres de horários, meninice solta de obrigações, plena de manhãs claras e cheiros telúricos. Agora, indiferente, uma máquina, em nome do progresso, revolvia e aplanava aquela que outrora fora uma vastidão cantante, sem horizonte, de homens e mulheres curvados. Nostálgica, Aurora voltou, então, costas ao passado!
Zelinda Baião, 55 anos, Linda-a-Velha
275 – sílaba TE em 5 posições
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