A Estrela azul
Era uma
vez uma estrela que um dia mudou de cor. Ficou azul.
Ela
ficou assustada e foi ao Dr. Colorido. Este disse-lhe que ela sofria de pintite
aguda, doença rara e sem cura.
A
estrela ficou triste e chorou bastante, até que uma lágrima caiu na face da
Sra. Toupeira, vestindo-a também de azul.
A
Sra. Toupeira pulou de alegria.
A
Estrela ao vê-la tão feliz percebeu que a doença não era grave.
EB da Mata 4º A - Estremoz
Se formos a pensar numa certa coisa, quando os ladrões nos
assaltam e dizem sempre:
- A Bolsa ou a Vida!!!
Se lhes dermos a bolsa, eles fogem com o nosso dinheiro e
pertences. Mas depois se não lhes dermos a bolsa, matam-nos e levam a bolsa!
Levam sempre a bolsa. O que intriga é quando às vezes não estamos a ver, eles
levam a bolsa sem nós notarmos, e nem sequer nos falam uma única palavra.
Manuel Barros, vivo em Lisboa, tenho 11 anos
Ele correu para a televisão e viu que as suas esperanças
estavam corretas!
Correu de volta ao quarto e pegou nas coisas de praia que
deixara para trás, preparadas.
– Mãe! – gritou.
– Sim, Guilherme? – respondeu a mãe, do quarto.
– Vamos à praia! O tempo está perfeito!
Guilherme reparou que a mãe não se movera.
– A mãe prometeu que me levava à praia se o tempo deixasse!
Não havia como resistir ao sorriso ténue, delicado do filho.
Pedro Caetano Carvalho, Beja, 14 anos
Queres café no açúcar? Perguntou Maria a Pedro,
que disse preferir um gosto a arroz. Na festa anual do açúcar, no Mediotejo,
cada um tomava o açúcar como quisesse.
Antonieta, ex vegetariana, trocara este ano a
alface pela carne de vaca no açúcar.
Foi então que Fausto quebrou a única proibição,
já secular: pediu mel para o seu açúcar, algo verdadeiramente sacrílego.
Resultado: bens confiscados e expulso da aldeia.
Eram assim os tempos amargos da intolerância doce.
João Pedro Chora
Começa a chover… E lá vão elas a correr para
rua.
A lama é muita, muitas as poças… não falham uma.
Ouvem-se os risos, movem-se os pés, um após
outro, como uma dança. Que divertido!
São de borracha, não entra água… mesmo perfeitas
para sujar.
E que bonitas, com essas cores, vivas, alegres.
Ficam tão bem!
Se um dia eu fosse bota, e pudesse escolher,
queria ser “de borracha”… para poder brincar nos pés de uma criança.
Rita Vilela
“Joaninha voa, voa…”
“Joaninha voa, voa que o teu pai está em Lisboa”, cantava a Aninhas,
observando as joaninhas que passeavam as bolinhas de seus vestidos
vermelhos. Andavam no alecrim do seu quintal.
De repente, a Joaninha abriu as asas e poisou no cabelo da menina.
- Mãe, mãe, chamou a Aninhas toda vaidosa, vem ver meu travessão...
- Que lindo e colorido e parece sorrir! É mágico?
Era apenas a joaninha que gostava muito da Aninhas!
Ana Maria Santos, Fogueteiro - Seixal, 57 anos
"O lápis despertou com a agitação das
palavras dentro de si. Uma história acabara de se formar e tinha pressa em
sair, mas o bico já gasto aprisionava-a.
Sem suportar tanto alvoroço, o lápis foi
até ao afia, que se dispôs a afiá-lo.
Estava pronto para escrever e começou a
deixar sair as palavras.
A fila era grande. Algumas, mais
apressadas, forçavam a passagem. Espremiam-se, embaralhavam-se e acabavam por
sair aos trambolhões enchendo a folha em branco."
Estou feito!
Mas vou tentar, claro!
Ainda por cima, maldito 77!
Meu número azarento.
Bem, vou começar.
Era uma vez um informático…
Não! Assim não vou lá!
Deixa cá ver assim:
Eu gostava de escrever um livro...
Um livro!?
Qual quê!?
Uma crónicazeca chegava!
Se calhar um simples postal!
Estou mesmo feito!
Meto-me em cada uma!
Será que posso contar carneiros?
Se calhar não.
É batota e ainda posso adormecer.
O melhor é acabar.
E é já!
Vir ao curso foi boa escolha.
É divertido e proveitoso.
Mas sinto-me perdida.
Os meus colegas são todos peritos.
Até o médico já escreve melhor!
Mas vou conseguir.
Vou-me ganhar!
Desconfio que alguns já sabiam disto.
Para iniciados são textos muito bons.
A Margarida é o máximo!
Por que não tive uma professora assim!
Agora poderia estar eu a ensinar.
Não estaria fechada na empresa.
Tantas contas, relatórios!
Bom! Deixa ver como vai.
Uau! Cheguei às 77!
Teresa Gomes 54 anos, Lisboa
A Pulga Saltitona!
Passeando pela praia,
uma concha, eu encontrei, com uma sombra nas costas. Logo me aproximei. E que
foi que eu vi? Uma pulga-do-mar fazendo o seu flic flac!
- D. Pulga, por aqui?
- Do circo fugi. Vim ver
o mar, correr com a espuma... Que saudades! Sabe saltar à espuma?
- À corda, quer dizer?
- Não, não, ora veja...
E lá foi, salta aqui,
salta ali e eu nunca mais a vi!
Ana Maria Santos ,
Fogueteiro – Seixal, 57 anos
É com o olhar que viajo
neste mundo.
Trago sol, levo neve, apanho as folhas, as flores,
Vejo o mar, anda na lua e na rua
Recordo a nuvem, a flor, o cão, a Maria e o João,
Guardo tudo em mim.
Fecho os olhos nada tenho,
Abro os olhos e tudo recebo.
Com o verde dos meus olhos tudo alcanço.
Não há limite de espaço para o sonho.
Viajar, sorrir, chorar, aprender...
Trago memória no olhar!
Vera Duarte, 38 anos, Odivelas
Trago sol, levo neve, apanho as folhas, as flores,
Vejo o mar, anda na lua e na rua
Recordo a nuvem, a flor, o cão, a Maria e o João,
Guardo tudo em mim.
Fecho os olhos nada tenho,
Abro os olhos e tudo recebo.
Com o verde dos meus olhos tudo alcanço.
Não há limite de espaço para o sonho.
Viajar, sorrir, chorar, aprender...
Trago memória no olhar!
Vera Duarte, 38 anos, Odivelas
Há um espadachim pintor
escondido nas nuvens. Rasga o céu de outono e pinta-o de fantasia. Brinca com a
primeira estrela do céu, mas perde o fulgor e a bravura, quando a lua aparece e
se deita nua sobre o rio. Morre de ciúme e paixão, espreitando pelo canto da
linha do horizonte... Quando a aurora desperta e lhe toca nos ombros, estremece
deste encantamento e, de espada em punho, pincela os lençóis ainda quentes do
sol.
Lurdes Augusto
Lurdes Augusto
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