Sem
querer não podes tudo!
Esse é um conselho de vida
que hoje te dou...
Na vida não terás apenas
molezas e facilidades, não.
Precisarás aprender a trilhar...
Pedras pelo chão hão de
aparecer e delas, deves saber desviar...
Mas não precisas te
afligir... A cada passo, a certeza do teu foco vai te acompanhar...
Segue caminho. Escolhe, mas
nunca esqueces isso:
Podes
tudo, não sem querer!
Chica, Brasil
Se é resmungona, não gritam com ela. Será que faz
sentido? Muitas vezes a Marta se pergunta por que razão a família não lhe
dirige a palavra quando ela teima que lhe comprem alguma coisa. Um chocolate,
umas gomas ou mesmo uma saqueta dos seus cromos preferidos. Não acontece nada.
Nem gritos nem presente. Quando por fim desiste vencida pelo cansaço e se põe
amuada, disparam aos gritos. Percebeu que se
não é resmungona, gritam com ela.
Vanda Pinheiro
Não
sei o que vai na cabeça do Francisco. Mas sei o que vai no seu olhar. De um
azul cristalino e transparente, os seus olhos despejam o mar quando chora,
espelham o sol quando ri, iluminam a noite quando pensa. Piscam de curiosidade,
tremem enquanto busca o desconhecido, brilham quando encontra o saber. Mas são
as mãos que tateiam e o guiam pelas páginas da vida. Observo-o! Sei o que não
vai na cabeça do Francisco!
Ana Paula Oliveira
Se
é resmungona, não gritam com ela. Será que faz sentido? Muitas vezes a Marta
se pergunta por que razão a família não lhe dirige a palavra quando ela teima
que lhe comprem alguma coisa. Um chocolate, umas gomas ou mesmo uma saqueta dos
seus cromos preferidos. Não acontece nada. Nem gritos nem presente. Quando por
fim desiste vencida pelo cansaço e se põe amuada, disparam aos gritos. Percebeu
que se não é resmungona,
gritam com ela.
Vanda
Pinheiro
«Mais
vale um pássaro na mão, que dois a voar», diz a voz metafórica do povo. Mas
a ganância do Luís leva o dito à letra, tentando capturar o máximo possível de
aves, sobretudo aquelas cujo canto as torna preciosas.
O
Francisco, rapazinho de sentimentos, é que não está pelos ajustes e sabota as
armações do outro. A cada avezita que consegue livrar, diz:
- Um,
dois: mais vale a voar, pássaro, que na mão do passarinheiro.
Carlos Alberto Silva, Leiria
Sem querer não podes tudo!
Esse
é um conselho de vida que hoje te dou...
Força,
vontade, garra, dependem da vontade forte. Vai em frente!
Na
vida não terás apenas molezas e facilidades, não.
Precisarás
aprender a trilhar...
Pedras
pelo chão hão de aparecer e delas, deves saber desviar...
Mas
não precisas te afligir... A cada passo, a certeza do teu foco vai te
acompanhar...
Segue
caminho. Escolhe, mas nunca esqueces isso:
Podes tudo, não sem querer!
Chica,
Brasil, publicado http://sementesdiarias.blogspot.com.br/2012/06/no-desafio-conselhos.html
Enfim
sós, caminhando ao luar
Enfim sós,
caminhando ao luar!
Raul ainda temeu que ela não aparecesse Mas ali estava ela, ZHANG, a sua amada.
Desde que a conhecera que ficara fascinado.
Havia barreiras culturais, crenças, hábitos, tido era
diferente. Mas ele tinha a certeza, não havia obstáculo insuperável! O pai
dissera-lhe ao sair: culturas diferentes não dão certo!
Amavam-se, era o importante.
Se ela não viesse teria de se dar por derrotado.
Olhou-a, estava linda, ali ao luar caminhando sós, enfim.
Carla Silva, 39 anos, Barbacena, Elvas
Apenas o
desejo de teu abraço, fazer um laço.
Juntar
Ponta a
ponta sonhos atar,
Prensar o
medo
Acolher até
o ar quase fugir...
Afugentar,
somente a solidão.
Enlaçar
Envolver,
Embaraçar
Fios do
novelo juntar
Laço de
unir, enfeitar.
Qual
presente,
Entregar...
E no meio de
ti,
Olhos
fechar,
Tempo pedir
para parar,
E o mundo
pode rodar
Girar e
apenas esse desejo realizar:
Na
quietude,
Toda
plenitude,
Um Desejo de: Teu
laço, o abraço apenas... Fazer...
Roseane
Ferreira, Estado do
Amapá, Macapá, Extremo Norte do Brasil
– Não quero comer mais!
Estava cansada daquela conversa.
Todos os dias reclamava com tudo. Ou estava salgado ou estava frio! Tinha
sempre um defeito. Naquele dia esmerara-se. Quase acreditou que seria elogiada.
Podia esperar sentada, pois os elogios eram raros. É verdade que não conseguia
evitar de provocá-lo, mesmo sabendo que a resposta fosse indelicada.
– Que fazes com o prato no ar? Hoje
vai haver tiro ao alvo? Tudo tem defeito para ti!
– Não, quero comer mais.
Amélia Meireles,
62 anos, Ponta Delgada
Grande confusão
Os livros,
quadros e fotos emolduradas, estavam embrulhados e dentro de pequenos caixotes,
etiquetados por fora. Era mais fácil de identificar na nova casa. Outros
objectos estavam em sacos novos de plástico. Na azáfama do carregamento para a
carrinha das mudanças, alguém diz isto não. É lixo. “Então
levo-os de imediato para o contentor, sempre fica aqui menos tralha.” Agarra
dois sacos e sai. Volta, segura mais dois. “Pára! Isto não é lixo. Leva-os
para a carrinha”.
Rosa Maria Pocinho dos Santos Alves, 52 anos, Coimbra
SE EU
PUDESSE ANDAR LIVREMENTE:
Pintava o
mundo com as cores do arco-íris.
Disse o
menino sentado na cadeira, que mostrava
a sua
limitação.
– Pintava o
céu, o mar, e os passarinhos a cantar.
Pintava
os jardins com flores,
árvores
gigantes, montes, fontes
e o sol,
para os amores.
– Achas que
vou conseguir, Mãe?
– Claro que
sim, meu amor, se nunca deixares de sonhar.
– Nos meus
sonhos eu consigo voar. Mas:
LIVREMENTE ANDAR,
SE EU PUDESSE.
Natalina Marques, 57 anos, Palmela
… um pouco
de paz!
Adorava
conseguir falar e detesto ouvir. Quis a sorte que viesse ao mundo sem boca
nem olhos. Todos me olham como se de um monstro se tratasse. Como é que sei se
não tenho olhos? Sentia vibrações do som, que traem a hipocrisia das pessoas,
ecoar-me na cabeça. Ouvia até ultrassons e infrassons. Minha mãe deu ouvidos à
erudição e em dia desabrido fui operada. Perduro cega. Articulo e não
oiço. Detesto falar. Adorava ouvir e conseguir…
Eurídice
Rocha, 50 anos,
Coimbra
Meu Deus...
que beleza tem a vida!
É fantástico
acordar com o sol a assomar pela janela do quarto e a doce harmonia dos
pássaros do jardim.
É agradável
correr livremente na praia, absorvendo o perfume da maresia, admirando ondas
agrestes, sentindo a água fresca, a areia húmida a acariciar os meus dedos...
são sensações maravilhosas!
De repente,
vejo num canto uma criança triste, abandonada, repleta de frio e fome.
Meu Deus...
que beleza tem a vida?
Susana Sofia Miranda Santos, 38 anos, Porto
Solitário
Rodeado de neve senti o silêncio…
sonhei que acordei no Evereste. Acordei sozinho numa tenda e, por incrível que
pareça, frio polar passou por mim… ao passar já estava no cume do Evereste,
estava no paraíso. Vi pessoas… ao longe… parecia uma miragem, mas eram os meus
amigos, sentia-lhes falta. Era um lobo solitário a olhar para o distante.
Sentia-me feliz por revê-los… de quem gosto, como gosto de doce
chocolate. Senti rodeado o silêncio de neve…
Sérgio
Felício, 37 anos, Coimbra
Sobe as escadas de mão dada com a mãe. Contam alto os degraus: um,
dois... Assim não pede colo e vai aprendendo os números. Três, quatro – as
pernitas rechonchudas ainda precisam de se esticar para subir. Cinco, seis.
“Estou cansado”, reclama. “Falta pouco, vá”, diz a mãe. Sete, oito. Os braços
erguem-se num pedido mudo de colo. “Estamos quase, quase”. Nove, dez.
“Chegámos, filho, viste? Foste capaz! Estás mesmo crescido”. E ele corre, feliz
por ter conseguido.
Maria do Rosário
Morujão, 52 anos, Lisboa
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