10/08/12

Marcha Nupcial de Ana Paula Oliveira


O casamento seria daí a doze dias[i] e tudo estava pronto para ouvirem a marcha nupcial. Mas, o condutor embriagado destruiu o sonho.
Dias depois, enquanto deambulava pela praia deserta, pontapeava a areia com violência, vingando os pensamentos zangados.
Fixou o horizonte. Uma mulher de longos cabelos prateados, de espuma vestida, surgiu das ondas. Anjo ou sereia feiticeira?
Foi prazer o que sentiu quando o mar lhe fustigou as pernas, depois o peito e, finalmente, o engoliu.
Ana Paula Oliveira
[1] Mar morto, Jorge Amado, Publicações Europa-América, capítulo “Marcha nupcial”



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