O casamento seria daí a doze dias[i] e tudo estava pronto para ouvirem a marcha nupcial. Mas, o condutor
embriagado destruiu o sonho.
Dias depois, enquanto deambulava pela praia deserta, pontapeava a
areia com violência, vingando os pensamentos zangados.
Fixou o horizonte. Uma mulher de longos cabelos prateados, de espuma vestida,
surgiu das ondas. Anjo ou sereia feiticeira?
Foi prazer o que sentiu quando o mar lhe fustigou as pernas, depois o
peito e, finalmente, o engoliu.
Ana Paula Oliveira
[1] Mar morto, Jorge Amado, Publicações
Europa-América, capítulo “Marcha nupcial”
Publicado no blogue: http://livro-leitor.blogspot.pt/2012/08/o-desafio-n15-da-margarida-fonseca.html
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