Era um homem sempre muito bem-falante;
Falava de encantar, todos o admiravam.
Ele chegava e as palavras voavam.
No ar, a sua oratória pairava.
Como chuva, o palavreado descia devagar.
As pessoas bebiam e sentiam-se instruídas.
Aquilo era homem de muito saber.
Devia ser um doutor estrangeiro, certamente;
Por cá, não havia gente assim.
Estranhamente, ninguém reparava que não falavam.
Olhavam uns para os outros, simplesmente.
Habituaram-se a calar;
Eram sábias as palavras.
Ignaros, mudos queriam ficar.
Bau Pires, Porto
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