Era Outubro quando do céu caíram
os primeiros flocos de neve. Junto à janela, perscrutavas, do profundo dos teus
frios olhos, o branco que irrompia
lá fora. Todos os outros, com mágoa, já tinham partido para longe. Restava eu, apenas, e tu. E todos os
dias espreitava o teu semblante, e
via a tua incerteza crescente, que te gelava a cada dia, como se a morte te esperasse. Não te julgues
mais. A mim nunca me desapontarás.
Inês Costa, 19
anos, Massamá, Sintra
Miguel Torga “Cegarrega” em Bichos.
“A morte que a
espreitava já, com os olhos frios do Outubro.”
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