Era um dia cinzento e a tarde
corria. Lenta, estática, anunciando o mau tempo.
Languidamente deitada, muito bem
agasalhada, embrulhada numa manta e a permitir-me só estar.
Interiormente nada pretendia organizar.
Só estar.
Em catadupas, porém, os meus
pensamentos surgiam. Intensos, interrogativos, prementes e urgentes. Como o
vento a levantar-se.
Acendi a rádio. Uma voz entrou,
então, na tarde parada.
Fechei os olhos. Vi o cinzento
do dia, pintalgado de bolinhas amarelas. Urgências indefinidas. Incapacidade de
silêncio.
Madalena Cabral, 45 anos,
Lisboa
Gostei muito!
ResponderEliminarHá dias que não temos capacidade de nos ouvir...
Eu também me comovi com esta história...
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