Desafio nº 37 - escrever sem A
O meu eu
Entorpeci,
e num momento desmedido, revelou-se o que sempre esqueço existir – o genuíno
eu, que vive escondido, bem dentro de mim. Revelou-se imenso, poderoso e sem controle. Rebelde, pelos muros
perpétuos, destemido e sedento de trilhos desprovidos de correntes.
Sei,
que sou frequentemente, um invólucro destituído de mim. O meu eu desprende-se,
sem prometer regresso.
Sei
que o descobrirei vezes sem fim. Sempre que os momentos o ditem. E sei que
viverei perdendo-me, em contínuo, de mim.
Sandra Évora
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