Desiste do medo; não por cobardia, mas
para diluir o desejo, já que o temor deflagra a inquietação e
esta destila, gota a gota, as vontades caladas.
Destrói as palavras, outrora digitadas com
raiva, para, assim, desterrar os sonhos que nelas desfilou; em
páginas longínquas desbotarão o esquecimento.
Derrama o silêncio na mesa para que as
vozes, ao seu redor, definhem todos os ruídos de uma só vez.
Por fim, desconcertado, denuncio e defenestro tal
demolidor: eu.
Bau Pires, 50 anos, Porto
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