Naquela noite morremos
todos. Uns choravam, outros, tapavam o rosto desalentado. Não fui capaz de
chorar, os meus caldos lacrimais estavam secos. Naquela noite não falei e na
manhã seguinte assim me mantive. Vesti roupa escura para mostrar o luto pela
minha morte. O dia seguinte era de festa, por isso limpamos as lágrimas. Nesse
dia de festa voltámos a morrer. À mesma hora a que haviam chorado, voltaram a
chorar. Eu, outra vez, não fui capaz.
Salvador Fachada, 25 anos, Lisboa
(história sem desafio)
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