07/11/13

Vozes

Há muito tempo, o ruído na sua cabeça é constante.
Vozes emergentes, sôfregas na ocupação do espaço do pensamento. Ditam-lhe o que fazer e sentir sobre tudo. Não lhe obedecendo, castigam-na com imagens assustadoras; ameaçam-na de morte, ficando em pânico. Assim, resolveu cumprir as regras que impõem. O silêncio regressa durante dias ou semanas, podendo voltar à música. Compor. Esquecer-se dos fantasmas adormecidos que nela habitam. Há-de conseguir libertar-se dos sons intrusos: decidira ir ao médico, novamente. 


Isabel Pinto, 47 anos, Setúbal
Desafio nº 52 – uma história com música, ruído e silêncio

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