Há muito tempo, o ruído na
sua cabeça é constante.
Vozes emergentes,
sôfregas na ocupação do espaço do pensamento. Ditam-lhe o que fazer e sentir
sobre tudo. Não lhe obedecendo, castigam-na com imagens assustadoras;
ameaçam-na de morte, ficando em pânico. Assim, resolveu cumprir as regras que
impõem. O silêncio regressa durante dias ou semanas, podendo
voltar à música. Compor. Esquecer-se dos fantasmas adormecidos que
nela habitam. Há-de conseguir libertar-se dos sons intrusos: decidira ir ao
médico, novamente.
Isabel Pinto, 47 anos, Setúbal
Desafio nº 52 – uma história com
música, ruído e silêncio
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