Continua a vaguear
pelo passado. Negro. Dizem-lhe: és uma sobrevivente. Devias ter orgulho na
mulher que és, apesar do caos; das ocas horas sofridas na adolescência
silenciosa. Que se cosa à vida. Asco nas vísceras, um saco a asfixiá-la dentro. Caso de negligência, maus-tratos,
ofensas e soca constantes. Resistiu
a que preço? Coas, impensáveis
surgiam. Adulta, foge. Perde-se; ergue-se. Não esquece o passado a minar-lhe o
ser. Um dia, afastar-se-á de vez. Um dia, afastar-se-á da vida.
Isabel Pinto, 47 anos, Setúbal
Desafio
Rádio Sim nº 7 – anagramas com S C O A
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