Amotinou-se. Contra todas as expectativas, aproveitando a corrente de ar
da janela, voou para o chão, onde espalhou as palavras que transportava
tentando comunicar a emoção aos seus pares tristes, resignados no caixote do
lixo. Foi o início do movimento anárquico do lixo – abaixo os caixotes
prisionais, os autores criteriosos, o chão imaculado, as donas de casa
asseadas. Conseguiria aquele papel amarrotado, aquele rascunho, mudar a
história da literatura?
Foi vencido pela tecnologia. O aspirador levou tudo.
João Paulo, 55 anos, Estoril
Desafio nº 68 – imagem de uma folha
amarrotada
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