Aquelas palavras penetraram no
meu corpo com dolorosa paixão. Palavras tão doces que ele escreveu! Senti-me
lisonjeada, mas preocupada: sabia que ela não o olhava como ele queria;
que, ainda, não sentia o que ele sentia.
Aqueles óculos grandes! Será que não
percebeu que pode mudá-los por umas lentes e mostrar aquele imenso mar que
transborda das suas pupilas?
Aquelas belas palavras!
Foi por isso que me recusei a ir
para a papeleira. Ela vai encontrar-me e ler-me...
Arménia Madail, 56 anos, Celorico de Basto
Desafio nº 68 – imagem de uma folha
amarrotada
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