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O Sistema está podre
Desde que saíra da tropa, Pedro ia todos os dias à missa. Mas não entrava. Ficava à porta, com um prato na mão.
– Tenho fome – gemia.
A quem abria a
carteira, dizia assim:
– Dinheiro não, por
favor. Só aceito abraços, beijos ou até mesmo sorrisos.
Os outros estranhavam.
E ele explicava:
– O Sistema está podre,
não apenas porque os do Poder nos sisam, mas
sobretudo porque nos esquecemos uns dos outros. A fome que sinto é outra.
Carlos Alberto Silva, 55 anos, Leiria
Desafio RS nº 14 – três trios de palavras em anagrama
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