Tinha saudades do tempo de menino, das vezes sem conta em que deambulou pelos campos, fazendo
castelos no ar, enquanto guardava as ovelhas.
Agora que pensava ter arrumado os seus
sonhos, reviu-se naquela crianças feliz que um dia fora ele próprio.
Tirou o casaco, a gravata, descalçou-se
para fazer o caminho que tantas vezes percorrera sozinho.
Vereda fora, foi tropeçando em
memórias reconstruídas, experimentando
novas sensações, pressentimentos misteriosos. E reconheceu-se ao encontrar o
seu coração quase esquecido.
Isabel Lopo, 68 anos, Lisboa
Desafio nº 70 – frase de palavras obrigatórias
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