21/09/14

As borboletas

Desde criança, corria sempre que uma borboleta esvoaçava por entre as azáleas que debruavam a entrada, separando o caminho de terra do pátio de pedra, onde em tempos era uma eira comum. Depois a falta de trabalho empurraram-no para longe. Longe de tudo. Até de borboletas. No alto mar elas não chegavam. Apenas ia vislumbrando alguma quando faziam escalas em pequenas ilhas floridas. E agora enquanto observava o seu bailado meditava no nada em que se transformara.

Alda Gonçalves, 47 anos, Porto

Desafio nº 74 – nada em que se transformara

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