Olhei,
E com o que vi desanimei.
Uma criança esfarrapada,
vinda não sei de onde. Do nada.
Nos seus olhos rasgados,
uma lágrima teimosa,
tremente,
mas que, heroicamente,
não queria descer.
Para não mostrar fraqueza?
Suas misérias?
Se estavam à vista!...
Aproximei-me e abracei-a.
Depressa, o seu corpo se abandonou,
delicadamente, ao meu.
Protegida, pelos
meus braços,
chorou copiosamente.
– O que foi? Vou ajudar...
– A minha mãe…
– Que tem?
– Partiu, fugiu, deixou-me ficar.
Apertei-a, ternamente.
Fi-la entrar...
Ana Teresa Gomes da Silva, 60 anos, Vila Nova de Gaia
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