O lixo.
Sempre lhe parecera um destino
miserável.
Sem precisar de se lembrar que é
reciclável,
agora.
Toda a vida fora alguém que não
se sabia usar.
Melhor, fora alguém que nunca se
soube dar uso.
Acima de tudo, fora um inútil
para si próprio,
assim mesmo.
Agora que se via, que se
avaliava, suspendera-se,
um suspiro frio, como frio era o
seu olhar.
Análise bruta, essa.
Desapontamento a escorrer.
Saltou para o caixote,
caiu fora dele.
Jaime
A., 50 anos, Lisboa
Desafio nº 68
– imagem de uma folha amarrotada
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