A minha mãe morre ao pôr de um sol que a tinge de tom rosa suave, num momento que atinge as margens da perfeição, numa quietude
de desistência.
Por um momento, observo-a com as mãos dolentemente entrelaçadas,
depois chamo a atenção da minha irmã, fazendo-a notar a morte da mãe, mas ela, dolente, mente entre laçadas nervosas da camisola que tece para
prenda de Natal:
– Está a dormir. Vais ver que logo acorda.
Sorrio, fingindo que acredito.
Quita Miguel, 55 anos, Cascais
Desafio nº 85 – expressões homófonas
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histórias aqui: http://quitamiguel.blogspot.pt/
Gostei muito da "melancolia triste" deste pequeno texto.
ResponderEliminarÉ verdade, um texto profundo que mexe connosco. Bjs gds
EliminarGostaria de o ter escrito... ;)
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