A ponte, posta para ligar
a tua margem à minha, existe mesmo, ou apenas apregoas que sim para esconder a
culpa pelo inverno em que me deixaste? No momento em que soltaste esse rio de
dúvidas, inundaste a minha serenidade de loucura. Quem sou, afinal? Talvez uma
cabra tresmalhada, habituada a engolir tudo, apenas pensando depois, já sem
hipótese de retorno, engasgada pela hesitação. Passo então para o meu lado
onde, a sós, talvez recupere quem sou.
Margarida
Fonseca Santos, 54 anos,
Lisboa
Desafio
nº 87 – ponte, rio,
cabra
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