Agora era capaz de o amar
deixando-o livre. Não reclamava que fosse seu. Aceitava que ele tinha o direito
de não a amar.
Como sempre, ao romper da aurora,
batia com os dedos na janela do seu quarto produzindo uma melodia harmoniosa.
Correndo, escondia-se atrás da Laranjeira.
Reproduzindo um ritual diário e
apetecido, ele abria a janela radiante. Quando o caminho estava livre ela
partia para a escola. Praticar o desapego trouxe-lhe o sentimento do verdadeiro
amor.
Vera Viegas, 31
anos, Penela da Beira
Desafio RS nº 25 – dedos que batem
no vidro (cena)
Sem comentários:
Enviar um comentário