Que coisa. Aquela tosse seca que nunca
mais acabava. Tinha dias. E nada. Tudo na mesma. Só o lírio à
cabeceira, colhido no frescor da manhã murchara. Doía-lhe a cabeça perfurada
pelo som daquele espasmo e pelo seu significado. Parecia que um elefante a
pisava sem misericórdia; julgava a sua alma perseguida pelos dentes do mais
cruel agrafador. Sentia-se assim, frágil, indefesa. Como uma
formiga, no centro de um salão, procurando escapar aos pés de uma multidão.
Paula Coelho
Pais, 53 anos, Lisboa
Desafio nº 89 – hist c
tosse+lírio+elefante+agrafador
Sem comentários:
Enviar um comentário