O solitário agrafador
adormecera inebriado pelo perfume do lírio.
A poeira do recanto criativo preenchia as rugas de espera do livro inacabado.
Nele, o miserável elefante aguardava
que a sua tosse seca ecoasse
acordando a criatividade do escritor. A cena inacabada deixara-o pendurado num
ramo que prometia quebrar. Se ao menos o agrafador despertasse daquela solidão…
precisava reforçar o galho. Perdido no desalento, o livro revolve as folhas,
desequilibrando o elefante que tomba sobre o escritor, matando-o…
Amélia Meireles, 62 anos,
Ponta Delgada
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