Sempre estivera lá, a lágrima que
inibi. À força de a reter tornou-se nuvem que amedronta e sem mais poder suster
esse céu onde se aninhava, soltou-se insubmissa. Agora como gota de chuva, corre,
desliza, ganha velocidade, serpenteando o meu rosto sem que a possa reter. Por
mais que tente, foge de mim, desliza, velozmente, cai do rosto, desaparece de
mim, dando lugar a uma outra que me sussurra ininterruptamente que estás a
ficar longe de mim.
Elvira Cristina Silva,
51 anos, Queluz
Desafio nº 91 – cena metafórica de
gota de chuva que acaba numa poça
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