Levantei-me
repentinamente ao ouvir bater na janela. Batiam levemente como se temessem
fazer barulho, como tu fazias quando vinhas visitar-me às escondidas. Abri a
janela mas não vi ninguém, fui até à porta desejando que tivesses regressado. A
rua estava vazia, só o vento gelado andava por ali movendo as folhas no chão.
Senti-o trespassar-me. Abracei-me fortemente, imaginando os teus braços ao meu
redor. Fiquei ali estremecendo sem saber se tremia de frio se por tua ausência.
Carla Silva, 40
anos, Barbacena, Elvas
Desafio RS nº 25 – dedos que batem
no vidro (cena)
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