03/06/15

Tua ausência

Levantei-me repentinamente ao ouvir bater na janela. Batiam levemente como se temessem fazer barulho, como tu fazias quando vinhas visitar-me às escondidas. Abri a janela mas não vi ninguém, fui até à porta desejando que tivesses regressado. A rua estava vazia, só o vento gelado andava por ali movendo as folhas no chão. Senti-o trespassar-me. Abracei-me fortemente, imaginando os teus braços ao meu redor. Fiquei ali estremecendo sem saber se tremia de frio se por tua ausência.

Carla Silva, 40 anos,  Barbacena, Elvas

Desafio RS nº 25 – dedos que batem no vidro (cena)

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