– Mudo…. Para que
sirvo eu mudo?
– Cala-te, resmungão!
E eu sempre debaixo de ti?
– Sempre me és útil,
embelezas o meu chão! Oh, naperon da avozinha!
– A ti cortaram-te o
pio, para que serves, velho rádio?
– Não tarda saio
daqui. Valho dinheiro num antiquário. Deixa-os descobrir e verás!
– Não sentes calor?
Olha o fumo debaixo da porta!
– Socorro! A casa está
a arder!
– Ninguém te ouve,
rádio mudo. Anima-te! Ao menos morremos juntinhos!
– Nem morrendo tenho
sorte…
Amélia Meireles, 62 anos, Ponta Delgada
Desafio nº 62
– dois objectos, numa prateleira cheia de pó, conversam
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