Foi-se
aproximando o tempo das letras.
Letras,
mirando atalhos,
fixando-se num poente
em que a dor já nem se escreve.
As letras, serpenteando,
indagam o traço de união,
o hífen que as torne palavras,
[onomatopeias servem].
Letras,
que as marcas renovam,
travestindo-as
num ritmo cigano,
entre palmas, sapateado:
grave, agudo ou circunflexo,
cedilha,
“nada se perde…
tudo se varre
pelo tempo fora”.
Sim,
foi chegando a era das letras,
que se engolem,
se ignoram,
em sms efémeras.
Jaime
A., 51 anos, Lisboa
Desafio nº 83 –
texto sobre imagem de Francisca Torres
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