Habituou-se a aceitar
o que o destino lhe ia reservando. Aprendera com a mãe a fazer-se à vida, sem
brados, sem queixumes. Não sabia que o mundo se podia pintar de gestos doces.
Sem reclamar, deixava-se marcar, dia após dia, pelo azedume que o marido
guardava. As histórias só eram contadas pelas cicatrizes que o magro corpo ia
guardando. No hospital percebeu a cor do amor. Separou-se do tatuador do seu
corpo. Casou com o seu enfermeiro.
Amélia Meireles, 62 anos, Ponta Delgada
Desafio nº 68
– imagem de uma folha amarrotada
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