– Não – murmurou Zarco para si próprio. – Não
voltarei aqui.
Num último olhar, viu a filha aconchegada no sofá, que não cabendo na porta
passara a integrar o jardim. Os olhares cruzaram-se por breves instantes, mas
nem isso o detivera. Tinha uma vida para viver.
Agora, cansado de dormir em quartos que não o acolhiam,
regressara, dando-se conta das marcas que o tempo escrevera. Sentado no sofá,
reconheceu-o como parte de si, ambos votados ao abandono. Estava só.
Quita
Miguel, 55 anos, Cascais
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