De xaile preto, grande, a cobrir a cabeça e o tronco, Josefa passava
pelas ruas da aldeia num passo miudinho e rápido Parecia voar, em vez de andar.
O seu rosto magro desaparecia na negrura da mantilha. Depressa a alcunharam de bruxa.
Sim! Fazia feitiços, afiançavam uns; além de ser uma intriguista,
asseguravam outros. O certo é que ninguém lhe ouvia fala sobre si ou sobre as outras
pessoas, que confirmasse as intrigas das gentes da aldeia.
Rosa
Maria Pocinho dos Santos Alves, 52 anos, Coimbra/Ovar
Desafio RS nº 28 –
Josefa, intriguista e bruxa