Costumava sentar-me naquela poltrona herdada dos meus
avós. A velha poltrona onde se aninhava Lancelote, o gato amarelo que eu
afagava nos dias frios de inverno. Junto à lareira, a poltrona ainda vistosa e
confortável permitia longas horas de leitura. Muitos passaram por ali.
Lembro-me do meu avô a fumar cachimbo, a minha avó a tricotar, o meu pai a
dormitar.
Já não tem vida, restam-lhe as memórias e as ervas
daninhas que a aconchegam no jardim.
Fátima Veríssimo, 54 anos, Seixal
Desafio nº 98
– fotog de P Teixeira Neves
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