02/10/15

Pedra, Macho, Erva

Fazendeiro, colonialista na terra que o viu crescer atronchado ao maratro.
Atroz na maldade, inerte na inteligência, exibia vergonhosa escravidão.
Às vezes, tudo parecia se resumir à patrocínios emprestados.
Desconhecida ou mutilada, a figura atropelava tudo dito.
Atroava, desde menino, sertões, campos e serrados.
Na capela, suas pernas atrofiavam.
No teatro, era um perfeito exemplo que recusava ajuda.
Esperou a morte e foi anunciada no radioteatro.
Acabou encarcerado, julgado, atropurpúreo, enterrado na capela que o viu crescer.

Renata Diniz, 39 anos - Itaúna/Brasil

Desafio nº 99 – 8 a 10 palavras com ATRO

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