10/11/15

A espera

Quem espera desespera, dizia com os seus botões a D. Felismina, embrulhada no xaile que a aquecia há muitos invernos e ajeitando os ossos cansados no degrau do Centro de Saúde, ainda fechado. Viera sem consulta marcada, cambaleante e encostada às paredes para não cair, que as maleitas não têm calendário para atanazar os pobres. Talvez alguém faltasse ou então a senhora doutora condoída pelo seu estado a atendesse. Uma esperança secreta nascia. Quem espera sempre alcança!

Rosa Duarte, Setúbal, 60 anos (durante formação na Criatividade)
Desafio RS nº 31 – 14 palavras com ordem imposta


Sem comentários:

Enviar um comentário