O chefe Passe-Vite era um
homem feliz. Três estrelas eram suas.
Comemoraria com um belo refogado húngaro,
para os mais íntimos.
Mas… e as colheres?! Esta agora…
A um canto, bem juntinhas, olhavam-no
ferozes.
O cartaz erguia-se bem alto:
“Nós, colheres, de salada ou arroz,
bamboo ou madeira,
redondas ou ovais,
não mais chegaremos à sua mão,
enquanto não for diminuída a chama do
fogão.”
Finas, desafiadoras, firmes, as vozes
sussurravam:
“Colheres, irmanadas, nunca mais serão queimadas!”
Fernanda
Elisabete Gomes, 59 anos, Vila Franca de
Xira
Desafio Escritiva nº 2 – greve na cozinha
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