Não era o protótipo de beleza. Tinha um jeito proteiforme de
ser. A protuberância do nariz dava-lhe um ar protervo.
O olhar parecia protrair a angústia que lhe habitava a alma.
A prótese da mão nunca dificultara os gestos. Aparentava viver
em constante protesto. Protelava todas as decisões
relativas à sua vida. A sua falta de beleza mascarava o protagonismo que
tinha no seu percurso. Era genuinamente um protetor. A sua grandeza
de alma: a sua protofonia.
Amélia Meireles, 62 anos, Ponta
Delgada
Desafio nº 102 – muitas palavras com PROT
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